O senador Sérgio Moro conseguiu salvar o seu mandato ao fazer o exato oposto do ex-deputado Deltan Dallagnol, avaliam advogados especialistas em direito eleitoral.
A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de rejeitar por unanimidade a cassação do mandato de Sergio Moro (União Brasil-PR) revela que o senador aprendeu a fazer política.
“Há uma grande influência da política nas decisões judiciais no Brasil. O resultado do julgamento está mostrando que Moro aprendeu a fazer política. Ele disse que teve apoio de governistas e da oposição, o que é verdade”.
“Moro convenceu os aliados do Bolsonaro de que precisava ser defendido porque, depois de condenado, os bolsonaristas como um todo estariam fracos. Vale lembrar que os bolsonaristas o haviam largado antes, mas esse raciocínio conseguiu amalgamá-los. Com isso, Moro conseguiu convencer toda a oposição no Senado de que ela se enfraqueceria ante o STF [Supremo Tribunal Federal]”.
“A oposição, basicamente o centrão, convenceu o presidente do Senado [Rodrigo Pacheco], que começou a trabalhar dizendo que não poderia enfraquecer a Casa nessa hora, porque significará enfraquecer todos os políticos. Moro conseguiu reunir na causa dele a causa dos políticos contra o Supremo”.
“O ponto decisivo nesse trabalho político do Moro foi o encontro com Gilmar Mendes. O ministro mostrou que ele [Moro] havia errado e tinha que fazer política. Para Moro ser absolvido, teria que convencer seus pares, porque o problema já começa lá”.
Fonte: Tales Farias – Colunista Uol.